Clinicopathological evaluation of in vivo epidermal nuclear fluorescence.
J. X. Sousa Jr, D. Miyamoto, J. M. Zimbres, D. V. Costa and V. Aoki Clinical and Experimental Dermatology, 34, 314–318
INTRODUÇÃO: Os autores pretendem estudar o significado clínico da fluorescência nuclear em ceratinócitos. O critério de inclusão foram casos que mostraram positividade para a IFD (auto-anticorpos IgM, IgG, IgA) ou complemento (C3) ligados ao núcleo dos ceratinócitos.
Os autores concluíram que a presença de fatores anti-nucleares in vivo (ANAs) mostraram-se instrumentos interessantes para o diagnóstico das doenças do tecido conjuntivo (CTD), dado que, em 21 de 28 pacientes, o diagnóstico de CTD sistêmica foi confirmado, o que levou os autores a considerar que o VPP para CTD nesse estudo foi de 75%. A IFD em núcleos da epiderme é um fenômeno in vivo que pode preceder o apareceimento de doença do colágeno ou outras doenças inflamatórias/autoimunes. É útil como método complementar no diagnóstico de CTDs se correlacionada a outros achados clínicos, laboratoriais e de evolução da doença.
COMENTÁRIOS SOBRE O TRABALHO: A fluorescência nuclear em epidérmica nas reações de IFD eram consideradas um fenômeno in vitro geralmente relacionado a artefatos técnicos. No entanto, posteriormente, foram conseguidas evidências dessa ocorrência in vivo. m(1, 2) Portanto, a hipótese prévia que os ANA são fenômenos in vitro fora abandonada após a demonstração da internalização dos anticorpos pelas células vivas. (4, 5) Um mecanismo possível para explicar como os autoanticorpos penetram nos ceratinócitos é o “Fc-receptor-mediated endocytosis”. Outra hipótese seria a ligação dos auto-anticorpos a antígenos da superfíce dos auto-anticorpos com sua posterior internalização. Os achados dos presente trabalho corroboram o de outros pesquisadores (4.10.11.15) que sugerem que os auto-anticorpos.
A prevalência dos ANA in vivo varia muito conforme o foco da doença mas é frequentemente encontrada no Lupus Eritematoso Sistêmico (SLE), na doença mista do colágeno (MCTD) e na esclerose sistêmica (SS).
Usando a IFD, o ANA in vivo, principalmente com o IgG, podem ser detectados em condições auto-imunes, em pacientes assintomáticos ou com lesões. (7) O presente trabalho mostrou 3.2% de ocorrência desse fenômeno que está dentro do que se espera na literatura atula (1-10%).
RESULTADOS: De 869 espécimes com suspeita de CTD, 28 mostraram IFD+ nos núcleos dos ceratinócitos da epiderme e forma incluídos no estudo. Anticorpos antinucleares epidérmicos (ANA epidérmicos) do tipo IgG foram detectados em 26 de 28 casos. Destes 28 casos, 22 apresentaram ID apenas de IgG. Os demais 4 casos mostram associações do tipo IgA + C3; IgM apenas; IgA + IgM; e C3 sozinho. Em dois de 28 pacientes, a IF nuclear foi de IgA ou C3. 15 dos 28 paciente exibiram ID nucleares na zona da membrana basal (BMZ), sendo a IgM a mais encontrada nesses casos (12 de 15). DESTES 15, 7 exibiram um padrão misto (IgM, IgA, C3 e/ou IgG). Dos 15 pacientes com anticorpos anti-nucleares associados a depoósitos na BMZ. As doenças que se relacionaram com o ANA in vivo for a SLE (n=9); MCDT (n=3); Síndromes com superposição “overlap syndrome” (n = 3) e vasculites com sorologia anormal (n=3). Oa achados cutaneous associados aos ID de ANA in vivo são patches eritematoescamosas. Púrpura e petéquia, lesões urticariformes e bolhas. O ANA sérico foi positivo em 20 pacientes com títulos de 1:160 a 1:1280. Três pacientes que foram negativos para ANA sérico depois se positivaram em análises subsequentes.
REFERÊNCIAS CITADAS NO TRABALHO:
(1) Izuno GT. Observations on the in vivo reaction of anti- nuclear antibodies with epidermal cells. Br J Dermatol 1978; 4: 391–8. (2) Alarcon-Segovia D. Eppur penetra – proceedings of the second international conference on the penetration of autoantibodies into living cells (Part II). J Autoimmun 1998; 11: 509–10. (3) Rodrigues CJ, Oliveira RM, Taniwaki NN et al. Epidermal nuclear immunoglobulin deposition in connective tissue diseases. Rev Hosp Clin Fac Med São Paulo 1990; 45: 154–7. (4) Alarcon-Segovia D, Ruiz-Arguelles A, Fishbein E. Antibody to nuclear ribonucleoprotein penetrates live mononuclear cells through Fc receptors. Nature 1978; 271: 67–9. (5) Alarcon-Segovia D, Ruiz-Arguelles A, LLorente L. Broken dogma. Penetration of autoantibodies into living cells. Immunol Today 1996; 17: 163–4.